sábado, 12 de dezembro de 2009

Viva a alma do artista!

Hoje o frio chegou dizendo para que veio, 50 graus negativos.. congela ate as lagrimas que saem quando se ve a educacao que esses seres recebem em casa, pais extremamente bebados a luz do dia, isso que o sol nao fica muito tempo aqui, imagina no tempo de escuridao. Sempre penso o que posso fazer por essas pequenas criaturas, talvez viver o amor incondicional, com palavras tranquilas e protejendo-as durante todas as noites na escola. Mas o problema eh imenso e ao mesmo tempo viver o desapego para ser forte.
Estar sozinho num lugar como este, isolado, frio, com muitos desafios, com saudade do Brasil, de casa, precisando estar sempre em equilibrio para resolver qualquer dificuldade. Mesmo com todos os desafios, sinto a plenitude, a paz interior, de saber que estou no lugar certo, no tempo certo. Estou soh comecando minha grande missao.


Aonde eh minha casa? Sou peregrino. Muitos lugares me esperam. Vida sem raizes. Sem apego. Muitos encontros, desencontros e re-encontros. Por vir.
Sou um tipo que nao deve nada a ninguem. E sonho.
Um dia eu chego, outro vou embora.
E assim vou seguindo. Sempre cantando.


Sou tudo e nada.
Sou todos e ninguem.
Estou la e ca. Aqui e acola.
Aquele que nasce todos os dias.
Sou espelho.

Sou arteiro.


terça-feira, 8 de dezembro de 2009

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009











Lua bonita, se tu não fosses casada eu pegava uma escada e ia no céu te buscar (RS)

Como em matéria, a lua se torna beleza, como encanto, a lua se torna inspiração.

Fui agraciado com a oportunidade de aprender a fazer pantufa indígena, um trabalho manual que proporciona equilíbrio espiritual com a natureza. O prazer de estar fazendo seu próprio calçado, não tem preço. O solado é de couro de alce, e o revestimento é com pelo de castor, grosso e macio. A índia que me ensinou chama-se Angelic. Este trabalho me abriu muitas portas aqui. Tem até umas índias querendo arranjar casamento pra mim (rsrs).
Essa semana fez lua cheia, incrível o clima do lugar. Tempo limpo. Deu para apreciar vários dias de vários angulos. Neste momento ainda estou olhando para ela. Agora são 9:22 da manhã e o sól ainda não apareceu. Essa é a "vantagem" aqui, você não precisa acordar tão cedo para vê-lo nascer. E 16:00 já esta escurecendo.
Não fez muito frio aqui esses dias. Máximo de 10º negativos. Isso realmente não é nada, é como um dia agradável. A umidade relativa do ar é seca, você não sente o frio no corpo se tiver uma roupa adequada. Estou esperando os 45º negativos do alto inverno. Depois conto como é.
No meu trabalho esta tudo bem, cada dia recebo idéias novas do plano astral, e só coloca-las em pratica no dia seguinte, a faca e o queijo sempre aparecem de forma mais oportuna. Estou relaxado.
Lembra dos feijões que plantei? Cresceram bem, as crianças estão cuidando muito bem e todos os dias me perguntam quando vou plantar outras coisas. Hoje vou levar sementes de abacates, germinadas. Em sala de aula a temperatura é agradável, os feijões cresceram bem, confio no abacate.
Alguem pode me mandar uma cesta básica com comida brasileira?? Por favor! O alimento continua sendo o meu desafio, meu corpo não é para este tipo de comida. Definitivamente.
Com relação a musica, tenho produzido muita coisa nova, tenho até me arriscado cantar em inglês, meio estilo Johnny Cash, gosto disso.

Agora já esta mais claro la fora. Dia sem muito sól, mas agradável. Muitas cores no céu, isso sempre.

Continuo minha caminhada.. com passos simples mas com muita vontade.

MASSI CHO!

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Segundo Acampamento

Volto a escrever, mas sem muitas delongas.

Segundo acampamento foi mais curto, 3 dias apenas, mas o mais interessante é fazer essa viagem de ski-doo, uma "móto" de andar na neve. Antigamente o meio de transporte eram os cachorros puxando o trenó, agora é uma maquina veloz que eu tive o prazer de dirigir.
Caçamos coelhos selvagens, aprendi a limpá-lo e apreciá-lo. Guardei a pata, dizem que dá sorte.
Acampamos com os "Rangers", eles são a defesa do norte canadense, sempre preparados para guerra. Eu achei o máximo falar do Brasil, "-sim, lá tem a Anaconda, animais venenosos e índio brabo!".. huahua.. Jungle!!!
De noite a Aurora-Boreal veio como um presente.
Fogueira, guerra de bolas de neve com a criançada e marshmellow.
Descobri que minha mão é pecilotérmica.
See ya!

Second Camp











quinta-feira, 12 de novembro de 2009

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

sábado, 31 de outubro de 2009

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Trocando

Depois de um mês de adaptação, do choque cultural, sinto que agora as coisas começam a melhorar. Meu trabalho começou a fazer um sentido maior. Minha missão está começando a clarear.
Lembram do pequeno Jeff? Aquele menino extremamente arteiro e com um imenso espírito de liberdade que ninguém na escola pode com ele? Pois é.. ele é minha missão.
Eu recebi um plano de aula para "cuidar" dele. Ele foi separado de todos os alunos e seu único professor sou eu.
De manhã cedo sempre foi muito difícil, pendurar sua jaqueta no ármario, trocar a bota pelo tênis interno, 3 letras do alfabeto por dia, café da manhã na cozinha, logo após contas simples de matemática, depois jogos educativos no computador, esporte, biblioteca, microscópio e almoço. Até chegar e esse ponto ele já tinha sido mandando embora para casa porque teria disparado o alarme de incêndio, falar umas besteiras para os professores (essa parte não tenho muito problema porque não entendo, rsrs!), entrado em salas de aulas de outras turmas, se fingir de morto no meio do corredor depois sair correndo em disparada fugindo de todo mundo.. e rindo.. claro! Além de brincar de se esconder comigo o tempo todo, só que só ele se esconde, não tinha muita graça pra mim.. rsrs.. Mas depois do almoço o plano é o seguinte: primeiro eu conto uma história social, como fazer um favor.. e ele desenha uma ação. Depois iríamos para fora do colégio fazer algum exercício, que eu não imaginava o que poderia ser. Duas semanas tentando esse plano e nada.. até... ONTEM!
Ontem tive um insight, uma luz, que me disse para não encostar nele e nem levantar a vóz, ser calmo, pleno, na paz.. confesso que era diferente, por ver como os outros professores o tratam, "ninguém tem paciência comigo", ninguém tem mesmo, e eu ia na onda. Como ontem mudei meu modo de ser, na verdade eu voltei a ser eu mesmo, me encontrei e comecei a enxergá-lo de outra forma. Ele fez o plano todo. E para minha surpresa, a parte extra escola, quem é o professor é ele meu amigo.
Pequeno Guerreiro.. não tem outra definição, quanto eu via suas atitudes, alguma coisa me dizia que ali dentro tem um índio forte, eu estava certo. Os professores me falam que ele tem problemas mentais porque a mãe bebia na gravidez. Eles estão enganados.
O que ele foi me ensinar a caçar coelhos silvestres, ( o Canadá é um país enorme, com pouquíssimas pessoas, sem terra para plantar qualquer alimento porque é muito frio, e muitos animais, livres, em abundância) com armadilha, snar (não sei o nome em português). Snar é muitos simples, com arame, faz-se um círculo e coloca-se no caminho dos coelhos, é muito interessante ver como é a vida selvagem, na mata. Colocamos 8 snars ontem e mais 5 hoje, fechando 13.
Voltando a falar do pequeno Jeff, ou Little Jeff, porque o professor que também ajudo é Big Jeff, sinto-me honrado de estar trocando com essa criatura, ver o cuidado que ele tem comigo, me indicando o melhor lugar para pisar, atravessamos um lago congelado, me ensinando os melhores lugares para colocar snars, como não se perder na mata e como dispistar o cheiro humano, esfregando uma planta cheirosa nas mãos. Ontem fomos só com as armadilhas, hoje ele já veio com uma machadinha, fósforos para fazer-mos uma fogueira, e até um sanduíche que compartilhou. Outro momento interessante foi ele começar a fazer um trabalho sem falar nada, como se estivesse preparando uma surpresa, cortou algumas pequenas árvores e fez um banco, e confortável.
Hoje foi um dos meus melhores dias aqui até agora.
Continuarei compartilhando minhas experiências.
Deixo uma foto do guerreiro e sua ferramenta de trabalho.

PS:. Se observarem ao fundo da foto que tem um machadinho, tem um SNAR armado. Dá para ver salvando em seu computador e utilizando um zoom.

A parada aqui é roots irmão!

O GUERREIRO








quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Plantando sementes

Há dias venho me questionando com relação a alimentação. Em um país com uma economia tão forte, a alimentação é tão fraca. Passei alguns dias refletindo, como será passar 10 meses assim. Em uma das minhas viagens a Yellowknife (capital do estado) tive a sorte de encontrar o nosso tão abençoado feijão de cada dia orgânico e a granel, claro que 20x mais caro que no Brasil. Ontem tive a idéia de plantar os grãos em sala de aula, junto com os alunos, depois do almoço que é o horário do intervalo aqui.
Almoçando hoje com os professores (geralmente sou mais observador, se eu for falar tudo que penso de uma vez só volto para o Brasil no dia seguinte, rsrs! ) alguns começaram a falar sobre a alimentação, sobre os enlatados e sobre o que cada um comia. Começou a ficar interessante, uns 7 professores discutindo, até que jogaram a bola pra mim, senti que esse era o momento de abrir a boca, sim, falei tudo que pensava a respeito e expliquei como é no Brasil. Você ter uma horta em casa, plantar suas hortaliças, orgânica, comer frutas do pé, variedade de frutas, vegetais, etc.. Comida de verdade, aqui é de mentira, transgênica, como já havi falado antes. Mas a melhor parte é que eu estava com os feijões organicos na minha mochila e mostrei para os professores, os olhares de espanto e curiosidade, como se eles estivéssem vendo aquilo pela primeira vez, ganhei metade do dia, porque ainda viria as crianças.
Todos os dias as crianças se atrasam pelo menos meia hora, antes do intervalo eu falei sobre o projeto e esperava todos na hora exata. Carácas bixo!! A minha alegria de ver todos esperando ansiosos na porta me fez arrepiar. Peguei terra boa, copos de isopor (infelizmente não achei outra alternativa sustentável), água, luz, as fases da lua, expliquei tudo, e as sementes.. parecia que eles não acreditavam que era de verdade e que poderia ter uma vida ali.
Agora só me resta confiar nas sementes, que os frutos virão.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Snow!! Neve!!


Branca como a luz da lua.
Esse é um dos dois mercados da cidade.
Bombeiro, boleiro, zeca balero,
banana, amendoin, Hellowenn.

sábado, 17 de outubro de 2009

1 mês


ao sól que vai se pondo

a auróra que vem surgindo

aos amigos que lá deixei

e aos cuidados da grande familia

o verdadeiro alimento da alma

da seiva elaborada do encanto

da pronúncia correta da anarquia

eis aqui

novo surgir em rumo

observando

ando

amando não mais que a natureza

o ser húmus

humano


Aaron Ramathan

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Today











olhares angulares

Pensamentos que voam
permeando corações
crianças brasileiras
orações diversar
culturas difusas
feijão com arroz
um violero toca
rio congela
frio aperta
mente aberta

A.R.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Meu primeiro acampamento











Acampar já é algo muito emocionante, o contato com a essencia, com a mãe terra, com os instintos humanos, e ainda mais em um lugar tão longe de sua cidade natal, do seu país, realmente algo que te abre a mente, o coração e o esírito de guerreiro.

Primeiro a viagem de bóte, o frio, o contato com os índios caçadores, com as crianças, com a natureza, com a cultura Dene, algo que vai ficar guardado pra sempre na minha memória.

O primeiro acampamento é em cabanas, dois dias para se acostumar com frio e sem nenhum tipo de conecção virtual, o que eu achei o máximo. A alimentação ainda é minha maior dificuldade, ainda muito alimento enlatado. Levantar 6 horas da manhã no primeiro dia para ir resgatar alguns peixes no rio foi o primeiro contato com a vida natural. Também aprendi a abrir o peixe, limpar, e separar as partes comestíveis, não imaginava que o estômago fosse algo tão apreciado.

Algumas atividades foram selecionadas, o tão popular hand game, o jogo nativo, resgatar lenha para na floresta, pegar franboesa, construir cabanas na mata, construir tambores, andar de canoa e rodas com bastão para cada um falar o que esta sentindo, o que espera dos próximos dias, e sempre com a palvra respeito sendo pronunciada em varias ocasiões. Respeito pela mata, pelos animais, pelo próximo, pela água, pelo sól e lua, pelo criador.



Por enquanto estavamos todos juntos, umas 20 crianças, 2 professores, 2 índios (1 professor e outro caçador) e eu. Depois desses dois dias chegaram mais 6 bótes, mais caçadores.. fomos separados, e ai sim começava a aventura de verdade. 4 horas rio a dentro, procurando o melhor lugar para acampar. Eu, Nogha e Blake (kids), e o caçador Philipi. No bóte o frio é ainda mais intenso. Um pouco antes da chegada paramos em uma cabana abandonada com forno a lenha para aquecer nossos corpos. Enfim chegamos ao lugar escolhido por Philipi, uma espécie de restinga, que fica entre o rio e a mata. Primeiro levantamos o lugar aonde seria a suposta cozinha, com alguns galhos e lonas, nos protegemos da chuva que é pouca mais incomoda um pouco e nos alimentamos antes de continuar o nosso pequeno assentamento, alguns pães e uma carne enlatada que não consegui identificar o que era.

O lugar aonde dormiríamos é de lona e também com galhos virgens. Um bom machado é muito útil.


A fogueira é sempre a primeira coisa a ser feita, para aquecer os corpos e água para chá. A árvore mais abundante, com suas folhas é feito um chá que protege a garganta.


Pronto nosso nicho, de volta ao bóte em busca do grande Alce Canadense. Este sim é o principal objetivo do acampamento, é uma especie de ritual em que sua carne é abençoada e também é sinal de fartura.


Os outros seis bótes, cada um acampou a uma distancia de 10 á 20 minutos de distancia cada um.


Primeiro dia nada, vi apenas muitos patos e esquilos na floresta. Os ursos também são presentes nessa região, mas não vi nenhum, são perigosos.


Segundo dia amanhaceu com sól, e depois de um café da manhã com bacon, óvos e torradas, tipicamente americano, fomos novamente a caça ao Mousse como é chamado aqui o Alce. Nem sinal do bicho. Comemos, nos alimentamos, bife de porco, salsicha enlatada, hamburguer, e feijão enlatado, para quem é, quer dizer foi, vegetariano e naturalista, continua sendo meu maior desafio, rompendo rótulos. Mais um dia sem ver o danado.

Terceiro dia tivémos a sorte grande, ou o azar, sei lá, fomos os primeiros a capturar o animal.

Confesso que fiquei um tanto quanto nervoso, um tiro e ver aquele animal tão forte, veloz e belo, despencar ao som de uma rajada, alguns minutos em estado de chóque. Aquilo quebrava em mim alguns conceitos. Depois abrir o animal ali mesmo, arrancar sua cabeça como um troféu.. (querem que eu continue?) ...abri-lo todo, manchar minhas mãos com sangue quente, e colocar suas partes no bóte para levar ao primeiro acampamento, aonde as mulheres esperávam com ansiedade algum bóte premiado. O meu foi o primeiro.

Mais 4 horas de viagem, alguns tiros pro alto sinalizavam um momento de vitória, foi divertido chegar com o animal fomos recepcionados com aplausos. Neste dia voltamos a cidade para dormir e tomar banho, ímpossível no mato, geeelo.

No outro dia cedo voltamos ao acampamento, aonde outros caçadores tinham conseguido mais um mousse e um castor. Aqui eu sou chamado de Aaron Beaver no inglês, ou Aaron TSA no slave, ou no português Aaron Castor, por eu ser um Beaver Voluntear. O castor é um animal gordo e tem o tamanho de um cachorro, patas natatórias e um ótimo alimento. Eu não consegui comer.

Mais alguns dias caçando patos e guisões. E voltamos ao primeiro acampamento aonde ficaríamos todos juntos, homens e mulheres, crianças e adultos, sábios e voluntários como eu e Victória, uma colombiana que esta trabalhando em uma comunidade vizinha, Fort Simpson, apenas 400km, foi bom falar em português de novo, e ela em espanhól.

Nesse último dia teve rituais de gratidão com duas índias xamanicas, aonde pude aprender algumas músicas, danças, chás medicinais e aprender mais sobre a cultura Dene.

Os animais foram separados em partes de 500 gramas aproximadamente em plasticos. Seriam distribuidos para toda a cidade. Esta parte foi a mais interessante, a chegada na cidade, toda a comunidade nos esperava com fotos, aplausos, música nativa com tambores, nos recebendo como heróis, e eu fui o primeiro a descer e ser abraçado por algumas pessoas (primeiros abraços que recebo no Canadá). Foi emocionante. Mais um ritual e a distribuição da carne.

A natureza no Canadá e principalmente aqui aonde estou vivendo é muito interessante, começando pelo rio, antes da lua cheia estava muito calmo, as vezes parecia imóvel, depois da virada ondas de meio metro que já faz a adrenalina subir a bordo dos barcos. Na mata o único perigo são os ursos, que é raro encontrar um. Não tem animais nocivos como aranhas e outros, nenhum mosquito, e a mata virgem e plana torna o lugar com um ar de paz, aonde vc pode respirar tranquilo por ter a certeza que esta seguro o tempo todo, uma terra que a única lei que rege é da própria natureza que é abençoada pelo NOTSI (criador em slave).



Também a primeira vez que vejo neve, pouca mas já fez eu escutar as crianças gritando Ééériinnn, Érinn, Érian, Érin, Érian, meu nome.





Me sinto mais forte, mais guerreiro, sentir a plenitude também é um presentão. Agora espero a próxima aventura, o próximo desafio e vou descrevendo aqui, para meus amigos e familia se sentirem mais próximos apesar da distância.






TSA

segunda-feira, 28 de setembro de 2009




Ahooo!!




Pega esse flagrante.


10 dias fora da conecção virtual..




Until I´m back!




domingo, 27 de setembro de 2009




13º dia no Canadá

Salve queridos navegantes.. aqui a nave esta a todo vapor.. ou a toda eletricidade.. rsrs..

Mais uma semana completa e sinto que meu trabalho aqui esta sendo muito apreciado. Esta semana conheci um menino, Jeff, 11 anos, muito coordenado, muito bom nos esportes, mas com um déficit de atenção, simplesmente não para em sala de aula, ninguém tem controle dele e ele faz o quer. Aaron, de uma atenção especial ao Jeff. Shure! Nos primeiros dias me aproximei como um amigo, para conhece-lo. Depois comecei aos poucos pedindo para ele fazer os exercicios, com calma, e notei que ele até começa, mas logo em seguida perde o interesse. Só faz o que realmente gosta. Por esse motivo suas notas e sua presença é mínima. Mostrei bolas de malabares e sua atenção foi intensa. Talvez ele não precise saber de nada, apenas viver o que sente.
É dificil implantar uma disciplina didática e autoritária a esses meninos com déficit de atenção, talvez conquista-los pelos seus próprios interesses. E apartir dai aprofundar assuntos importantes para sua vida como uma simples conta de matemática.
Aqui o problema com o álcool é grave, e principalmente na gravidez. Talvez por falta de informação ou simplesmente pelo vicio da droga, uma droga implantada em sua cultura. Por quem não sei.. rsrs...

Há dois dias fiz uma viagem a capital do estado, Yellownighf, uma cidade rica, organizada e pacifica, aonde as pessoas vivem bem. A educação é de primeira. Mas os mercados é tudo processado, enlatado e artificial. Fiquei na casa da familia da diretora da escola aonde trabalho, lá conheci um Iraniano que trabalha com medicina natural, mais duas crianças e um high school, tivémos uma idéia de um projeto de concientização dos alimentos. Fomos ao mercado e tiramos fotos de todos os produtos, cada um com uma camera, foi um tanto divertido, ainda mais com duas crianças extremamente inteligentes, meu pórta vóz, um menino de 10 anos que conversa como um adulto, falava ás pessoas que perguntavam o que estavamos fazendo, "somos de um projeto de educação e concientização alimentar", as pessoas riam e eu só dizia, "yes". Tive muito orgulho do Brasil e de fazer parte de uma ONG que pensa no meio ambiente e na saúde. Estou representando o GEAE (Grupo de Estudos de Agricultura Ecológica e Desenvolvimento Sustentável) aqui no canadá.
Tenho adquirido mais alguns instrumentos musicais por aqui, a musica tem aparecido com grande força.
Jhonny Cash é o Chico Buarque do local, todo mundo curte o cara, eu também.

Daqui a dois dias vou acampar com a escola, 10 dias embrenhado na natureza. Confesso estar um pouco ansioso, nada de alimento processado, só caça e pesca, sem energia elétrica e muito frio. Na volta conto como foi essa experiencia.

Tenho conhecido mais alguns lugares mágicos por aqui, como o Kakisa River. A natureza por estes lados é magnífica.
Ontem na volta de Yellownighf, 300 km de estrada deserta, um Bisão atravessou a frente do carro, por sorte Louis (a diretora) estava atenta e freiou na hora certa, apenas bateu nas pernas desse enorme e assustador animal, não imaginei que iria me aproximar tanto desse animal. Funny!

Bom, até a volta do acampamento! Espero ver algum Bear... Moose.. Wolf... Eagle...

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Primeiro final de semana

Depois de alguns dias em Fort Providence comeco a entender a vida aqui. Talvez meu primeiro objetivo, como ensinar teatro nao seja o esperado pela escola, as criancas talvez nao recebam bem, elas querem eh jogar futebol. O que eu percebo talvez, o que a escola ve como um ploblema, para mim simplesmente eh o fato dessas criancas nascerem com o espirito de liberdade, sao indios, e isso eh muito forte na sua cultura. Talvez eu consiga compreender alguns comportamentos.
Meu final de semana foi de treinamento com arco e flecha, um tanto divertido, mas apenas com um alvo desenhado em um enorme papel, matar um animal talvez nao seja algo tao familiar. Mas sempre estarei aberto ao novo, assim posso aprender mais. A adaptacao em outros ambientes eh uma dadiva do homem.
Conheci tambem um jogo da DENE NATION (ha um longo tempo atraz, talvez 2000 anos, os chineses chegaram com seus navios e desembarcaram, formando uma nacao aqui, alguns sao os ESQUIMOS, mais ao norte e outros DENES, aqui), o jogo eh simples, de adivinhacao, aonde esta escondida a pedra, na mao direita ou esquerda? Mas esse jogo eh feito ao som da musica DENE, com uma especie de instrumento nativo, que eles chamam simplesmente de DRUNS, percusao. O som eh contagiante e mexe com nosso espirito ancestral.
Ontem tabem tive momentos especias, como conhecer o GREAT SLAVE LAKE, o segundo maior lago do Canada, parece um oceano. Aqui tem muitos rios, belas paisagens que ficarao guardadas para sempre em minha memoria.
Aqui esta frio, mas normal para o lugar, no Brasil as pessoas estariam tremendo, aqui as pessoas ficam so de camisa, o frio extremo ainda nao chegou. Esta 9 graus celsius. Mas sinto que a cada dia fica um pouco mais frio.
Hoje tive meu primeiro sonho em ingles. (rsrs). Ontem a noite tive um intensivo estudo da lingua.
Eu esperava um pouco mais de rusticidade aqui, minha casa eh muito boa, talvez por eu estar em um pais de primeiro mundo. A tecnologia chegou forte, a alimentacao eh toda pronta comprada em mercado. As pessoas nao cozinham, as frutas sao de mentira, sao perfeitas, mas isso nao eh bom, as frutas brasileiras sao melhores, sao da arvore, rsrs, aqui sao de alguma maquina de fazer frutas.. rsrs..
O que eu sinto tambem eh que nao eh dado valor a cultura aborigene, principalmente pelos que nao sao aborigenes e enxergam como algo ultrapassado, talvez essa seja minha missao principal, de resgate.


PS:. ainda nao estou colocando fotos porque meu laptop eh brasileiro, preciso de um adaptador para liga-lo.

"SEJA QUAL FOR O SEU SONHO, COMECE. OUSADIA TEM GENIALIDADE, PODER E MAGIA" Goethe

Aaron

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

17/09/2009

Meu primeiro dia em Fort Providence, segundo no Canada. Uma viagem tranquila. Depois de 2 dias de viagem e 3 meses de preparacao, recebo as boas vindas dos deuses e ancentrais do lugar com uma enorme e magnifica AURORA BOREAL. Simplesmente fantastico. Espetaculo da natureza. Chego em minha nova casa as 2 horas da manha do dia 17 de Setembro. Sou recebido no aeroporto da cidade vizinha, Yellownighf, apenas 300 km de distancia, por Jim, um dos professores da DEH GAH School. Logo que cheguei em minha nova casa tomei um banho e fui logo dormir. Estava muito cansado.
Hoje despertei pela manha de um sono profundo ainda, tentando entender aonde estou.
Hoje meu primeiro amigo em Fort Providence me levou para conhecer a regiao, magnifica, realmente muito diferente do Brasil e tambem diferente do sul do Canada.
Fui almocar e conhecer o colegio aonde vou trabalhar, conheci mais alguns professores e algumas criancas e jovens. ui acompanhar uma aula de esportes com o prof. Jeff, um jovem professor de Cambridge, uma cidade vizinha a Toronto. As criancas estavam ansiosas para ver meu futebol e nao paravam de perguntar se eu jogava, e eu disse que eh claro que sim, sou brasileiro. Fomos jogar. Primeiro jogamos hoquei, minha primeira experiencia com esta jogo, depois fui mostrar minha habilidades com o tao amado esporte, futebol. Teve um inicio de incendio na escola hoje, disparou o alarme e todos correram para fora. Mas nada grave, os bombeiros chegaram a tempo.
Agora e o comeco da noite e ja fui comtemplado com por do sol muito lindo. Esta frio aqui.
Talvez eu nao consiga descrever todos os momentos e experiencias que estou vivendo. Mas vou descrevendo as mais significativas para mim. ahh como um convite a escrever no jornal da cidade. rsrs. primeiro preciso melhorar meu ingles, eh claro.
Bye!

segunda-feira, 14 de setembro de 2009


Ainda no Brasil

Um dia antes de sair do Brasil me encontro um pouco ansioso. Imaginando o que me espera. Este é o meu destino: FORT PROVIDENCE.
Minha missão é no mínimo interessante e muito intensa, Fort Providence é uma comunidade indígena de 700 habitantes no território norte oeste canadense. Farei um trabalho voluntário com crianças e jovens, resgatando a cultura indígena já quase toda dicipada e despertando uma conciência de que o álcool e as drogas (muito comum nas comunidades do norte canadense) não é algo benéfico a eles.
Mas como posso começar a descrever minha experiência se nem mesmo sai do Brasil.
Espero que todos os que visitarem meu blog sintam como se estivessem presentes comigo nessa grande experiência a qual me sinto privilegiado em estar envolvido. Pela cura do planeta.

Aaron Ramathan